Eu sempre amei escrever.
Quando eu era criança, falava pras pessoas que queria ser
escritora (e quase matava meu pai do coração, coitado, que achava que a filha
mais velha tinha que fazer Direito e virar promotora). Lá pelos 15 anos, nos
primórdios dos blogs, quando ninguém ainda sonhava que um dia isso ainda iria
dar dinheiro, eu tive o meu. Ele era tão chatinho, tadinho, que os que liam
devia ser por pura pena.
Mas serviu pra eu começar a curtir fazer os layouts em
código HTML e achar que queria virar publicitária, ou melhor, diretora de arte
(há! Justo eu... qual a chance?). Eu estaria passando fome até hoje se não
tivesse mudado de idéia logo no primeiro ano de faculdade e virado redatora...
DE E-MAILS (sim, a pessoa aqui virou justo atendimento, a inimiga amiga
dos criativos de plantão).
E foi essa minha saída de Jales (sim, JALES, lá no interior
do interior de São Paulo, quase 600km de distância e lutando bravamente há uns
20 anos pra chegar aos 50 mil habitantes) pra São Paulo, pra fazer a faculdade,
que me fez ter a primeira idéia desse blog logo que eu cheguei.
“Oi? Como assim? Você chegou em 2004, gênia, enrolou tudo
isso pra fazer um blog?”
Pois é... Lá em 2004 eu cheguei em São Paulo e detestava
absolutamente tudo. Achava um absurdo levar meia hora pra ir de casa até a
faculdade (detalhe que eu morava nas imediações da Av. Paulista e estudava na
Vila Mariana, com tudo pertinho do metrô). Não entendia o porquê das pessoas
não voltarem pra casa pra almoçar. Me espantava com o frio que fazia nessa cidade.
E ficava revoltada por não dar pra marcar nada casualmente com ninguém.
E a coisa foi assim por alguns meses, eu passava a manhã
tendo aula e o resto do dia fechada chorando no meu quarto num pensionato de pingüins
freiras (sim, FREIRAS! Porra Poxa, mãe,
foi castigo, confessa aí!) e querendo voltar pro interior.
Aí um belo dia eu estava voltando da faculdade pra casa
(leia-se, pensionato), bem ali, na Alameda Santos, atrás do Conjunto Nacional,
e alguma coisa me bateu. Acho que o clima estava bom, o céu estava azulzinho,
eu talvez tivesse acabado de sair de uma aula interessante, era possível que
fosse uma sexta-feira, sei lá. Só sei que alguma coisa bateu e assim, de uma
hora pra outra, num passe de mágica da Fada Madrinha da Cinderela (que gay
homossexualmente inclinado), eu vi em São Paulo alguma coisa que me agradou e
me fez morar aqui pelos últimos 8 anos.
São Paulo é uma cidade que quem mora ama ou odeia. Muitas
vezes as duas coisas. Muitas vezes no mesmo dia. Muitas vezes na mesma meia
hora entre estar-um-céu-azul-lindo-e-cair-o-mundo-
e-um-ônibus-passar-numa-poça-e-ensopar-o-seu-pé-pra-não-falar-o-resto.
Como todo vício, a gente reclama, reclama e reclama, mas não
consegue ficar sem.
E é sobre isso que eu quero falar, sobre as pequenas coisas
que a cidade tem e que podem deixar o dia da gente mais feliz.
E sobre as coisas grandes também, mas isso é tema de outro
post.
OBS: Eu acho inconcebível escrever “idéia” sem acento, não
usar trema e desencanar da crase, então, apesar de saber que agora está errado,
é assim que vai ser aqui.
Sou o primeiro a comentar seu blog, Gi? Adorei. Sua escrita tem um cor, cheiro, sabor, e não me pergunte o porque de eu achar isso surpreendente - sendo que sempre te achei brilhante em tudo aquilo que presenciei com você. Seu texto, sua escrita, me fazem querer voltar muito mais vezes.
ResponderExcluirSuper obrigada, Helder! Seu comentário é muito "você", te visualizei falando isso! rs
ExcluirAdorei sua iniciativa, Gi!
ResponderExcluirCertamente visitarei seu blog com frequência em busca do seu ponto de vista em relação à 'capital econômica do Brasil'. Eu gosto medianamente de SP, mas não sei se daria certo pra morar aí.
Como temos a mesma origem, é bacana ver como alguém com a mesma base que eu age e reage numa megalópole.
Acho que querendo, a gente se adapta em qualquer lugar, Pati (eu mesma não te vejo no funk carioca rs), mas sair de Jales pra uma cidade grande (seja São Paulo, Rio, Porto Alegre, Londres ou Tokyo) é uma coisa que todo mundo precisa, nem que seja pra ver que o que curte mesmo é a vida de lá!
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