segunda-feira, 13 de agosto de 2012

CONFISSÕES DE UMA PUBLICITÁRIA

Eu sei que o foco do blog é outro, mas como eu falei quando tentei montar um escopo, de vez em quando eu vou falar sobre outras coisas.

E semana passada eu vi que era a hora quando passei dias pensando em sobre o que escrever e nada sobre São Paulo saia, porque eu não conseguia pensar em uma coisa diferente do que uma tendência que anda me incomodando na propaganda.

Mas tem coisa mais paulistana que o mercado publicitário?

É aqui onde se concentram as maiores agências, os maiores clientes, as maiores verbas e os profissionais que mais se matam. Não estou falando que os outros lugares não tenham boas e grandes agências, clientes, verbas e profissionais, só defendo que aqui é onde temos uma concentração bem maior (ah vá!).

E eu, como pessoa inserida nesse meio, tenho um desabafo a fazer:

A PROPAGANDA ESTÁ CADA VEZ MAIS CHATA!!!

Não só a propaganda, mas o mundo em geral. O século XXI chegou com um puta conservadorismo. Tudo é bullying, concorrência desleal, propaganda enganosa, ofensivo, errado, abusivo e o caralho a quatro (sem riscar o palavrão dessa vez, pra ressaltar o nível de revolta).

Eu já venho pensando nisso há algum tempo e, conversando com outras pessoas, vejo que é um sentimento que muita gente compartilha, mas a recente polêmica envolvendo a Nokia com o casePerdi meu amor na balada” me fez gastar um tempo a mais refletindo sobre isso.


Não estou falando que a ação foi boa ou ruim (inclusive, super concordei com os argumentos desse texto que fala sobre como não foi muito esperto), mas processo no CONAR porque teve menininha frustrada que se sentiu enganada por ter visto acabar o sonho de encontrar o príncipe encantado na balada é de ferrar, né?

Ah, tadinha, a Nokia te enganou? Então aprende a ser mais realista e não enche o saco dos outros, PORRA.

Não era muito legal ver a briga dos anos 80 entre Coca-cola e Pepsi?

Lógico que não é a solução pra todo cliente, tem posicionamento, perfil do target, do mercado e mais muita coisa envolvida, mas era uma POSSIBILIDADE.

Essas restrições fazem com que a gente ande pra trás, mate boas ideias e ainda dificultam que o maior objetivo da propaganda aconteça: que a gente se encante por alguma coisa.

A propaganda tem que vender sim, tem que passar mensagem sim, mas ela só faz a diferença se encantar. Seja pela emoção, seja pelo riso, pela motivação, mas o encanto tem que existir.

E quanto mais restritivas as regras são, mais difícil fica atingirmos esse objetivo.

Tem gente que encontra boas alternativas? Tem!

Um bom exemplo é a última campanha da Gillette que indiretamente faz alusão a um de seus concorrentes, a Bic. Ficou legal, ficou divertida, deu uma alfinetadinha e funciona! (Vídeos aqui e aqui).

Poxa, a nossa sociedade está evoluindo em tantas coisas, por que regredir nisso?

Hoje em dia tem que ter diversidade de etnias, preocupação com o meio-ambiente, busca pela vida saudável, ninguém mais pode fumar, bebida alcoólica só com aparência de mais de 25 anos, criança não compra, marcas não brigam e pôneis não são malditos.

Ah gente, vamos levar a vida mais leve, dar risada das piadas, implicar menos, errar mais, a perfeição é muito chata e a vida é muito curta!

Não que eu seja a favor de propaganda pra cigarro e ache que todos temos que ligar o "foda-se" pra saúde e pro meio-ambiente, mas que tal acreditar um pouco na inteligência do ser humano de julgar o que é próprio ou não, sem restrigir tanto a propaganda em si?

(Isso é a opinião totalmente parcial de UMA pessoa, então, se você se sentiu ofendido com alguma coisa, não reclame de mim no CONAR, ta?)

2 comentários:

  1. CONCORDO EM GENERO NUMERO E GRAU.
    Somos duas agora.
    Porque esses eco-chatos? etno-chatos? ofendidos-chatos?
    Poxa, uma bela concorrencia com possíveis acirramentos são muito legais e só geram mais criatividade, é muito mais legal e inteligente!
    Porque o mundo anda tão mala? Pode falar de branco e não de preto (e olha que tô falando pura e simplemente da cor branca do papel e da cor preta do asfalto)? Como defino a cor do próprio asfalto por exemplo? Puta saco. Ter que ficar se policiando porque não temos mais liberdade? Porque tem mãe que acha que o filho é coitadinho e sofre buylling? Nunca matei meus pais ou atirei nos meus amigos por passar a infância sendo chamada de gorda-baleia saco de areia (eu tive obesidade infantil). Até porque ADORAVA (e ainda amo) COMER! E hoje olho tudo isso e vejo que foi aprendizado, que cresci e sou o que sou porque passei por isso e soube me defender. O que serão dessas crianças quando forem adultas? Chamar mamãe porque chefe gritou pelo trabalho mal feito?
    E essas próprias mães-malas que falam que seus filhos são santos e fazem a escola demitir professor bom só porque o cara brigou com o filhinho porque o cara ficou falando alto na aula e atendeu celular? ABSURDO
    E vou mais longe, que que é isso hoje em dia de todo mundo achar que só tem valor quem sofreu na vida e que o resto só quer explorar? Hey, quem dá o emprego? As oportunidades? Quem patrocina esportes? Educação? O governo não consegue e passa isso pra quem? Exatamente pra esses que "exploram o mundo", exatamente porque tem como financiar algo que o governo não consegue. E este mesmo governo incita essa guerra de classes, e eu pergunto: a que classe esse governante pertence? E ele não faz nada do que o empresariado faz. Aliás, faz sim, rouba o dinheiro do contribuinte. E o contribuinte faz o que? Mata o empresário no farol só porque o cara trabalhou pra ter o carro que comprou. Enfim... tô revoltada também com tudo isso e tô indo pra muitas outras pautas...
    Beijos Gi!

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    1. Estou absolutamente de acordo, Carol. Esse protecionismo não forma pessoas melhores (protecionismo de mamãe e o falso protecionismo das "minorias").
      Lógico que tudo tem um limite, mas as pessoas precisam aprender a levantar quando cairem e não terem sempre alguém segurando pra que nunca caiam. É só apanhando que se torna mais forte e temos que aprender a levar as brincadeiras como brincadeiras, mesmo que sejam um pouquinho maldosas.
      O politicamente correto é bobo.

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