quinta-feira, 13 de setembro de 2012

PAULISTA #SUALINDA


Eu estou e São Paulo há quase 9 anos e todo esse tempo eu passei morando na região da Paulista.

Avenida Paulista

E eu amo fazer o trecho entre a Bela Cintra e a Brigadeiro a pé, seja sozinha, seja acompanhada, de noite, de dia, de madrugada, ouvindo música, passeando com o cachorro ou pensando na vida (quer economizar uma grana de terapia? Sai andando sozinho pela Paulista).

Aí sábado a noite eu estava fazendo o meu trecho clássico e comecei a reparar em quantas coisas já mudaram nesses quase 9 anos que eu moro perto daquela região.

E foi engraçado pensar nisso, porque na minha cabeça a Paulista é um lugar tão tradicional, tão clássico, daquele tipo que já se consolidou e não muda mais.

Aí eu (que nunca consigo passar 5 minutos sem arrumar um assunto) comentei isso com o Marcelo (AKA “meu namorado”) e comecei a listar tudo que eu lembrava que estava diferente. 

E cheguei numa lista bem considerável que eu achei legal de dividir aqui, com algumas experiências pessoais que eu fui lembrando.

- Estação Paulista: Ahhh como é lindo ter acesso ao trem sem ter que ir até a Barra Funda e à linha vermelha sem passar pela Sé. Essa estação resolveu muito a minha vida e vive lotada. Só é uma pena ter sido inaugurada numa época que eu já me dou ao luxo de pegar táxi pra ir pra rodoviária pegar o ônibus pra Jales.

Estação Paulista do Metrô

- Praça do Ciclista: Só recentemente a praça ganhou esse nome e se popularizou como ponto de encontro de bikers, mas eu lembro do tempo em que era um espaço quase abandonado e até meio perigosinho ali no meio da avenida. Sem contar que era ótimo pra soltar meu cachorro um pouco da coleira pra ele correr no mínimo espaço de grama por lá.

 Praça do Ciclista

- Livraria Cultura (Conjunto Nacional): Não lembro e não achei quando aquela mega store foi inaugurada, mas não dá pra negar que virou um dos points da região e ajudou a mudar bem a cara da galeria como um todo. Apesar de lotada aos finais de semana, houve uma época em que eu ia lá praticamente toda semana a noite ler um livro e comer um pão de queijo (ô cabeça de gorda, viu!).

 Livraria Cultura - Conjunto Nacional

- Casa Velha: Não faço ideia de como chamar esse lugar, mas na minha cabeça eu penso nela assim. É aquela mansão antiga ali do lado do Consulado Italiano e que antes abrigava uma feira de doação de cachorros aos domingos e hoje só vive fechada.

- Parque Mário Covas: Confesso que eu não lembro direito o que tinha lá antes da inauguração do parque, mas acho que era só um terreno vazio e cercado. Mas, apesar de ser muito a favor de encher a cidade de parques e praças, esse pra mim é um total mico. Cheio de concreto e com uma grama perfeitinha que ninguém (nem pessoas e nem cachorros) pode pisar e ainda por cima só abre até 18h. Melhor fazer logo um canteiro central, poxa.
 
 Parque Mário Covas

- Bank Boston: Eu (e todo mundo) sempre adorei ir ver a decoração de Natal do Bank Boston que ficava ali na esquina da Paulista com a Ministro e, quando a rede foi comprada pelo Itaú (que converteu todas as agências Bank Boston em Itaú Personnalité), confesso que eu achei que isso iria acabar ou perder qualidade. Mas não! A cada ano a decoração não só do Itaú, mas de toda a Paulista, supera expectativas e transforma a avenida no Polo Norte (com o calor assassino de São Paulo em dezembro).

- Stand Center: Na minha época os chinas/coreanos ficavam do lado par da Paulista, perto do prédio do Objetivo e do terreno da antiga casa dos Matarazzo. Depois de ser fechado por um tempo, ele voltou do outro lado e uma ou duas quadras mais pro lado da Consolação.

- Maksoud Plaza: Eu sempre reparo no letreiro iluminado do Maksud, que vive alternando qual das suas letras vai ficar queimada (esse último sábado, excepcionalmente, estavam todas funcionando).

 Maksoud Plaza

- Starbucks: A rede chegou em 2006 no Brasil e já conta com nada menos que 5 (isso, 5!) lojas na região da Paulista. Duas em galerias que ficam na própria avenida (Center 3 e Top Center), duas de rua pro lado dos Jardins (Alameda Campinas e Rua Augusta) e a última, inaugurada há cerca de 1 mês, na própria avenida, ali perto do Trianon.

Starbucks Alameda Campinas

Ah e não dá pra esquecer a Ciclofaixa, que também há cerca de 1 mês inaugurou um trecho na Paulista, batendo recordes de ciclistas aos domingos.

E aí, escrevendo esse post, eu lembrei também de um trecho do livro Feliz Ano Velho, do Marcelo Rubens Paiva (quem ainda não leu, esquece um pouco o 50 Shades of Grey e usa essa dica pra ler uma coisa que preste, please!).

Feliz Ano Velho

Eu li o livro pela primeira vez ainda quando morava em Jales, então não entendi bem a sensação de liberdade que o autor tenta descrever ao sair de carro pela Paulista (depois de meses no hospital e em casa após ficar tetraplégico aos 20 anos).

É lógico que as proporções são muito diferentes, mas é isso que a Paulista me dá: uma puta sensação de liberdade.

Apesar dos prédios altos, a avenida é larga, as calçadas são espaçosas (apesar de cheias), tem muita gente doida passando pra lá e pra cá, e a extensão dela é perfeita pra uma caminhadinha tranquila.

Eu sei que os meus dias de Paulista estão contados e estou bem feliz com a mudança pra um bairro mais tranquilo, mas que eu vou sentir muita saudade dela, ah, eu vou!

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

TA ACHANDO QUE VIROU FEIRA?


E hoje é dia de feirinhas de rua de São Paulo, mais particularmente, a feirinha da Benedito Calixto.

Feira da Praça Benedito Calixto

Confesso que na primeira vez que eu fui lá (uns 6 anos atrás), eu detestei. O resquício de rebeldia da adolescência ainda habitava o meu corpinho e eu achei a feira cheia de velharias, feia e com absolutamente nada que me interessasse.

Mas aí a gente cresce, se livra de alguns preconceitos. E de algumas frescuras. E entende que namorado que acompanha na loja de gibis às vezes precisa ser agradado também.

Então lá fomos nós. E eu amei!

Pra começar, resolvemos ir andando, passeando pelo meio dos Jardins e de Pinheiros, o que, com o tempo que fez no sábado, já foi bem gostoso e ótimo pra tirar fotos (vocês vão reparar ao longo do post que eu me empolguei).


Aí, chegando na praça, as tradicionais antiguidades, artesanatos, bijuterias. Nada demais, mas muita coisa bonitinha. Se não fosse o meu novo mantra ("Giovanna, você vai viajar em dólar daqui 2 meses... Dólar... Dólar...") eu provavelmente teria me acabado.

Banca de antiguidades

Banca de pedras e bijuterias

Um avestruz simpático servindo como lixo e um tiozinho tirando a sorte com seu periquito pra dar um charme a mais no ambiente.

 

 

Mas aí a gente foi pro meio da praça, pras bancas de discos de vinil.

Tem Beatles por R$ 30 e Tchaikovsky por R$ 2 (sim, R$2!!!), sem falar em Billie Holiday, Sinatra, Elis, só pra citar os primeiros que me vieram à memória (cada barraca tem uns 250 discos, com caixas e mais caixas de opções pelos mesmos R$ 2 do Tchaikovsky).



Além dessa variedade absurda de clássicos, conversar com os tiozinhos que vendem os discos é sensacional. Os caras manjam tudo de música, desde rock, passando por jazz e blues e chegando até em ritmos latinos. Absolutamente sensacional.


E aí a gente atravessa a rua e chega numa feirinha fofa, com uma placa na entrada do banheiro tão fofa quanto.


 

Lá eu me encantei com a banca de uma moça que tem sabonetes artesanais (e que ela mesma faz, inclusive por encomenda). Além de serem cheirosos, eles são tão lindos que servem pra decoração e muitos têm funções terapêuticas.


Aí, como ninguém é de ferro, eu me rendi e comprei um pedaço (e estou completamente in love, sem coragem de tirar da embalagem de tão fofo que é).

 

Pra terminar, em volta da praça existem vários barzinhos lotados de pessoas, que ficam pela calçada batendo papo e fazendo uma coisa que, quem me conhece sabe que é a minha cara: sentados na calçada conversando e tomando uma.

Infelizmente esse sábado nós estávamos com pressa e acabou não dando pra fazer isso, mas gostamos tanto que já marcamos com um pessoal pro próximo final de semana (#ficadica pra quem não vai viajar no feriado). Vou fazer o test drive e depois conto se é tão legal quanto parece.

Praça Benedito Calixto – Pinheiros
Sábado: 8h às 19h