Eu estou e São Paulo há quase 9 anos e todo esse tempo eu
passei morando na região da Paulista.
Avenida Paulista
E eu amo fazer o trecho entre a Bela Cintra e a Brigadeiro a
pé, seja sozinha, seja acompanhada, de noite, de dia, de madrugada, ouvindo
música, passeando com o cachorro ou pensando na vida (quer economizar uma grana de terapia? Sai andando sozinho pela Paulista).
Aí sábado a noite eu estava fazendo o meu trecho clássico e
comecei a reparar em quantas coisas já mudaram nesses quase 9 anos que eu moro perto
daquela região.
E foi engraçado pensar nisso, porque na minha cabeça a
Paulista é um lugar tão tradicional, tão clássico, daquele tipo que já se
consolidou e não muda mais.
Aí eu (que nunca consigo passar 5 minutos sem arrumar um
assunto) comentei isso com o Marcelo (AKA “meu namorado”) e comecei a listar
tudo que eu lembrava que estava diferente.
E cheguei numa lista
bem considerável que eu achei legal de dividir aqui, com algumas experiências
pessoais que eu fui lembrando.
- Estação Paulista: Ahhh como é lindo ter acesso ao trem sem
ter que ir até a Barra Funda e à linha vermelha sem passar pela Sé. Essa
estação resolveu muito a minha vida e vive lotada. Só é uma pena ter sido
inaugurada numa época que eu já me dou ao luxo de pegar táxi pra ir pra rodoviária
pegar o ônibus pra Jales.
Estação Paulista do Metrô
- Praça do Ciclista: Só recentemente a praça ganhou esse nome e se popularizou como ponto de encontro de bikers,
mas eu lembro do tempo em que era um espaço quase abandonado e até meio
perigosinho ali no meio da avenida. Sem contar que era ótimo pra soltar meu
cachorro um pouco da coleira pra ele correr no mínimo espaço de grama por lá.
Praça do Ciclista
- Livraria Cultura (Conjunto Nacional): Não lembro e não
achei quando aquela mega store foi
inaugurada, mas não dá pra negar que virou um dos points da região e ajudou a mudar bem a cara da galeria como um
todo. Apesar de lotada aos finais de semana, houve uma época em que eu ia lá
praticamente toda semana a noite ler um livro e comer um pão de queijo (ô
cabeça de gorda, viu!).
Livraria Cultura - Conjunto Nacional
- Casa Velha: Não faço ideia de como chamar esse lugar, mas
na minha cabeça eu penso nela assim. É aquela mansão antiga ali do lado do
Consulado Italiano e que antes abrigava uma feira de doação de cachorros aos
domingos e hoje só vive fechada.
- Parque Mário Covas: Confesso que eu não lembro direito o
que tinha lá antes da inauguração do parque, mas acho que era só um terreno
vazio e cercado. Mas, apesar de ser muito a favor de encher a cidade de parques
e praças, esse pra mim é um total mico. Cheio de concreto e com uma grama
perfeitinha que ninguém (nem pessoas e nem cachorros) pode pisar e ainda por cima só abre até 18h. Melhor fazer
logo um canteiro central, poxa.
Parque Mário Covas
- Bank Boston: Eu (e todo mundo) sempre adorei ir ver a
decoração de Natal do Bank Boston que ficava ali na esquina da Paulista com a
Ministro e, quando a rede foi comprada pelo Itaú (que converteu todas as
agências Bank Boston em Itaú Personnalité), confesso que eu achei que isso iria
acabar ou perder qualidade. Mas não! A cada ano a decoração não só do Itaú, mas
de toda a Paulista, supera expectativas e transforma a avenida no Polo Norte
(com o calor assassino de São Paulo em dezembro).
- Stand Center: Na minha época os chinas/coreanos ficavam do
lado par da Paulista, perto do prédio do Objetivo e do terreno da antiga casa
dos Matarazzo. Depois de ser fechado por um tempo, ele voltou do outro lado e
uma ou duas quadras mais pro lado da Consolação.
- Maksoud Plaza: Eu sempre reparo no letreiro iluminado do
Maksud, que vive alternando qual das suas letras vai ficar queimada (esse
último sábado, excepcionalmente, estavam todas funcionando).
Maksoud Plaza
- Starbucks: A rede chegou em 2006 no Brasil e já conta com
nada menos que 5 (isso, 5!) lojas na região da Paulista. Duas em galerias que
ficam na própria avenida (Center 3 e Top Center), duas de rua pro lado dos
Jardins (Alameda Campinas e Rua Augusta) e a última, inaugurada há cerca de 1
mês, na própria avenida, ali perto do Trianon.
Ah e não dá pra esquecer a Ciclofaixa, que também há cerca
de 1 mês inaugurou um trecho na Paulista, batendo recordes de ciclistas aos
domingos.
E aí, escrevendo esse post, eu lembrei também de um trecho
do livro Feliz Ano Velho,
do Marcelo Rubens Paiva (quem ainda não leu, esquece um pouco o 50
Shades of Grey e usa essa dica pra ler uma coisa que preste, please!).
Feliz Ano Velho
Eu li o livro pela primeira vez ainda quando morava em
Jales, então não entendi bem a sensação de liberdade que o autor tenta
descrever ao sair de carro pela Paulista (depois de meses no hospital e em casa
após ficar tetraplégico aos 20 anos).
É lógico que as proporções são muito diferentes, mas é isso
que a Paulista me dá: uma puta sensação de liberdade.
Apesar dos prédios altos, a avenida é larga, as calçadas são
espaçosas (apesar de cheias), tem muita gente doida passando pra lá e pra cá, e
a extensão dela é perfeita pra uma caminhadinha tranquila.
Eu sei que os meus dias de Paulista estão contados e estou
bem feliz com a mudança pra um bairro mais tranquilo, mas que eu vou sentir
muita saudade dela, ah, eu vou!