segunda-feira, 28 de maio de 2012

ESTREIA: Escapada de Final de Semana

Sendo bem realista, pra todo paulistano (ou morador de qualquer cidade grande) a melhor coisa que existe é fugir de São Paulo às vezes.

Não aquela viagem de feriado em que você sofre só de pensar em quanto tempo vai ficar parado na marginal pra ir (e depois ainda voltar), cidade com recorde de 496km de trânsito e tal.

Não.

Estou falando daquela viagem preguiçosa, despretensiosa, pra um lugar pertinho, sem gastar muito, em que inclusive dá pra você ir e voltar no mesmo dia se quiser.

Aquela viagem que serve pra você se livrar um pouco da poluição sonora (que, sinceramente, é uma das coisas que mais me surta aqui), colocar o pé no chão, ver o horizonte, almoçar num lugar diferente e tal.

E é por isso que eu vou começar hoje uma seção de “escapadas de final de semana”. Viagens próximas, baratas, fáceis e que fazem toda a diferença no ânimo da gente.

E não tem lugar melhor pra essa estreia do que o Guarujá.

Confesso que eu sempre tive um pouco de preconceito com o Guarujá. Lugar lotado, sujo, perigoso.

Mas sendo bem prática: É praia, é perto, a estrada é boa e, fora da alta temporada, dá pra fazer em 1h e ainda por cima escapar da multidão. Sem contar que nessa época do ano, dá pra pegar um tempo sensacional e voltar com marca de biquini (sério, eu voltei).

E tem sim opções de praias um pouquinho mais distantes do centro que são lindas, mais vazias, limpas e tudo mais. Uma delas é a Praia do Tombo, que fica mais perto do centro, mas tem tudo o que eu falei acima e ainda é ótima pra quem surfa (ou, como foi o caso, pra quem quer começar a aprender), e a Praia de Pernambuco (onde fica o Jequitimar, aquele hotel do Silvio Santos), que tem uma cara mais de litoral norte.

Mas, como o futuro fotógrafo oficial do blog esqueceu a câmera em casa e adiou sua estreia (sim, eu coagi convenci meu namorado a fotografar pra mim), e a anta aqui entrou no clima da fuga de São Paulo e não levou o celular pra praia, só temos fotinha da ida no sábado de manhã (com trânsito zero e um céu animalmente azul que se manteve o final de semana todo).


E pra quem quer passar o final de semana, super recomendo a Pousada Espaço Surf Saudável. São só dois quartos e junto tem uma loja de surf, aluguel de pranchas, espaço para treinamento, uns três cachorros e mais uns dois gatos, num ambiente feito por aqueles caras que respiram o surf e você se sente praticamente em casa pagando pouco. E pra quem não se interessa muito por surf, a pousada é bem gostosa e fica do lado da Praia do Tombo (do lado mesmo, não deve chegar a 50 metros).


E aí chega a segunda-feira e a gente volta pro trabalho muito mais descansado e desestressado do que se ficasse em São Paulo pegando trânsito e fila de espera em restaurante ;)

OBS: Pra quem se interessar, o final de semana todo, com pousada, combustível, pedágio, churrasco o sábado todo, aula de surf, comida e um carregamento de sorvete, mal chegou a R$ 200 por pessoa.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

O DE SEMPRE?



Todo mundo acha animal quando um garçom em São Paulo te chama pelo nome e pergunta “O de sempre?” ou são só os meus genes interioranos?

Em Jales, ok, é capaz do dono do bar ser seu amigo e até te pedir ajuda pra fechar o lugar no final da noite, mas aqui em São Paulo eu acho simplesmente sensacional chegar no bar, conhecer os garçons e um deles vir e soltar “Boa noite, Giovanna, vai querer o de sempre?”.

Tinha uma época que eu ia toda semana (às vezes mais de uma vez por semana) num bar perto da minha casa em que as pessoas perguntavam até como estava o meu cachorro e sabiam os drinks que eu queria na ordem certa.

E aí vira um ciclo, né? Quanto mais você volta, mais te conhecem, quanto mais te conhecem, mais você acha legal e volta. 

O bar em si é o At Nine e, só pra variar um pouco, fica do lado da minha casa, lá pro lado da Av. Paulista com a Consolação. Ele começou com dois conceitos bem legais: o estilo speakyeasy e a preparação de drinks com um foco gourmet (nunca imaginei na vida que eu fosse um dia tomar um drink com pepino e outro com wasabi, apesar de preferir de longe um clássico Jack Lemonade). 

Não vou lá há mais de 6 meses, então se as coisas tiverem mudado e não for mais legal, não me culpem, na época valia muito a pena conhecer.

Agora vamos deixar a “phynnesse” de lado e falar de outro desses lugares que, com um mínimo de frequência (eu só fui 1x por semana, toda semana, por quase 1 ano, ta?), o garçom te chama pelo nome e pede a sua caipirinha pro barman quando te vê estacionando o carro.

Num esquema bem boteco, com mesas na calçada e um filé a cavalo fantástico (ok, o famoso lá é o bacalhau, mas como a pessoa aqui não come nada que venha da água, recomendo pedir o filé a cavalo, mais conhecido pelo Beto, o Garçom, como “filé at horse”), o Assembléia é a indicação perfeita pra um almoço feliz pra quem está nas imediações do Paraíso / Vila Mariana / Ibirapuera.

É pra gente ver que, mesmo em São Paulo, se você for com frequência em algum lugar e tiver um mínimo de simpatia (ou, no meu caso, cara de pau mesmo), consegue se sentir um pouco mais “em casa”.

Ah e antes que eu esqueça, o post da Segunda-feira rendeu uma visita de uma colega de trabalho no Balcão, adorei de verdade, Rê!

segunda-feira, 21 de maio de 2012

SEGUNDA-FEIRA


Depois de uma enrolação básica, vamos a primeira de muitas coisas de São Paulo que me faz feliz e que me faz curtir muito morar aqui.

A segunda-feira.

Oi? Como assim?

É, gente, vocês já tentaram SAIR numa segunda-feira? Pra um bar, balada, restaurante, qualquer coisa que seja... Em muitas cidades, isso é missão quase impossível. As coisas fecham ou têm uma freqüência baixíssima que faz você se sentir até mal por ter saído da sua casa.

Mas não em São Paulo.

Óbvio que não fica tudo cheio como numa sexta ou sábado, mas pra quem detesta fila de espera com todas as forças e curte estar num ambiente cheio-sem-ser-lotado, é ótimo.

Mas por que eu comecei a falar disso? Porque na semana passada eu conheci um bar que eu adorei. Fica umas 6 quadras da minha casa e a anta pessoa aqui ainda não conhecia.

Com um balcão de 25 metros, o Balcão (genial!) tem todo o tipo de gente, diversos tipos de bebida, um ambiente propício pra conversar e a comida é sensacional.


E o melhor de tudo? Cheio (mas-sem-ser-lotado) em plena segunda-feira chuvosa e gelada em São Paulo.

Então, pra quem não quer ficar em casa nessa segunda-feira paulistana (que não está mais chuvosa e nem tão gelada), super vale a pena conhecer.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

ESCOPO DE TRABALHO


Publicitário é um povo esquisito.

A gente quer se fazer de cool, de informal, ir trabalhar de All Star e blá-blá-blá, mas no fundo é tão bitolado como em qualquer outra profissão.

E por que isso agora mesmo?

Bom, estava eu pensando no blog, sobre o que eu queria escrever e tal. Vai ser só sobre as pequenas coisas de São Paulo? Sobre as grandes também? Sobre a vida em outros lugares? Sobre coisas do mundo?

Quando eu me dou conta, estou mentalmente montando um ESCOPO pra não perder o foco.

 

Aí eu me achei ridícula.

Então o blog vai ser sobre morar em São Paulo, mas às vezes, quando me der na cabeça, eu vou falar sobre outras coisas. E tudo bem, né?

terça-feira, 15 de maio de 2012

ONDE, COMO, QUANDO E PORQUE


Eu sempre amei escrever.

Quando eu era criança, falava pras pessoas que queria ser escritora (e quase matava meu pai do coração, coitado, que achava que a filha mais velha tinha que fazer Direito e virar promotora). Lá pelos 15 anos, nos primórdios dos blogs, quando ninguém ainda sonhava que um dia isso ainda iria dar dinheiro, eu tive o meu. Ele era tão chatinho, tadinho, que os que liam devia ser por pura pena.

Mas serviu pra eu começar a curtir fazer os layouts em código HTML e achar que queria virar publicitária, ou melhor, diretora de arte (há! Justo eu... qual a chance?). Eu estaria passando fome até hoje se não tivesse mudado de idéia logo no primeiro ano de faculdade e virado redatora... DE E-MAILS (sim, a pessoa aqui virou justo atendimento, a inimiga amiga dos criativos de plantão).

E foi essa minha saída de Jales (sim, JALES, lá no interior do interior de São Paulo, quase 600km de distância e lutando bravamente há uns 20 anos pra chegar aos 50 mil habitantes) pra São Paulo, pra fazer a faculdade, que me fez ter a primeira idéia desse blog logo que eu cheguei.

“Oi? Como assim? Você chegou em 2004, gênia, enrolou tudo isso pra fazer um blog?”

Pois é... Lá em 2004 eu cheguei em São Paulo e detestava absolutamente tudo. Achava um absurdo levar meia hora pra ir de casa até a faculdade (detalhe que eu morava nas imediações da Av. Paulista e estudava na Vila Mariana, com tudo pertinho do metrô). Não entendia o porquê das pessoas não voltarem pra casa pra almoçar. Me espantava com o frio que fazia nessa cidade. E ficava revoltada por não dar pra marcar nada casualmente com ninguém.

E a coisa foi assim por alguns meses, eu passava a manhã tendo aula e o resto do dia fechada chorando no meu quarto num pensionato de pingüins freiras (sim, FREIRAS! Porra Poxa, mãe,  foi castigo, confessa aí!) e querendo voltar pro interior.

Aí um belo dia eu estava voltando da faculdade pra casa (leia-se, pensionato), bem ali, na Alameda Santos, atrás do Conjunto Nacional, e alguma coisa me bateu. Acho que o clima estava bom, o céu estava azulzinho, eu talvez tivesse acabado de sair de uma aula interessante, era possível que fosse uma sexta-feira, sei lá. Só sei que alguma coisa bateu e assim, de uma hora pra outra, num passe de mágica da Fada Madrinha da Cinderela (que gay homossexualmente inclinado), eu vi em São Paulo alguma coisa que me agradou e me fez morar aqui pelos últimos 8 anos.


São Paulo é uma cidade que quem mora ama ou odeia. Muitas vezes as duas coisas. Muitas vezes no mesmo dia. Muitas vezes na mesma meia hora entre estar-um-céu-azul-lindo-e-cair-o-mundo- e-um-ônibus-passar-numa-poça-e-ensopar-o-seu-pé-pra-não-falar-o-resto.
Como todo vício, a gente reclama, reclama e reclama, mas não consegue ficar sem.

E é sobre isso que eu quero falar, sobre as pequenas coisas que a cidade tem e que podem deixar o dia da gente mais feliz.

E sobre as coisas grandes também, mas isso é tema de outro post.

OBS: Eu acho inconcebível escrever “idéia” sem acento, não usar trema e desencanar da crase, então, apesar de saber que agora está errado, é assim que vai ser aqui.